sexta-feira, 1 de maio de 2009

Monólitos de Quixadá são tema de conferencia

Os aspectos geológicos e geomorfológicos deste município, conhecido mundialmente pelos imensos e exóticos inselbergs que complementam sua geografia foram tema de palestra no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFCE), situado no Km 5 da Estrada do Açude do Cedro. A conferência teve como público principal os alunos do curso de Edificações da instituição, mas a comunidade local também foi convidada do evento.

O geólogo José Edilson Dias Cavalcante foi o palestrante. Ele é membro da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia. A CPRM foi criada em 1969 com o objetivo de organizar e sistematizar o conhecimento geológico do território brasileiro. A partir de 2004 o Serviço Geológico do Brasil, como a Companhia é mais conhecida, passou a atuar institucionalmente nas áreas ambiental, hidrogeológica e de riscos geológicos.

Os minerais e rochas, a história geológica da Terra com ênfase na geologia local, os recursos minerais da região, a paisagem sertaneja do Ceará e a constituição geológica dos monólitos foram alguns dos temas abordados. Além da palestra, também houve uma aula de campo, com visita ao Açude do Cedro, ao Santuário da Rainha do Sertão e ao Resort Pedra dos Ventos. A proposta partiu do coordenador do curso de Edificações, Helder Caldas.

A abordagem surge em meio à polêmica da construção da unidade de ensino da Universidade Federal do Ceará (UFC) nesta cidade. A obra está embargada pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). O complexo está previsto para ser erguido a poucos metros da via de acesso à principal atração turística da cidade, o açude do Cedro e a Pedra da Galinha Choca. As formações rochosas no entorno do Cedro integram uma das unidades de conservação dos monólitos de Quixadá, tombados como patrimônio histórico da humanidade.

Além da UFC, a construção da sede definitiva do IFCE de Quixadá também está paralisada. A decisão partiu do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Houve necessidade de analise prospectiva arqueológica no canteiro, ao lado do prédio da extinta Empresa de Pesquisa Agropecuária do Ceará (Epace), onde o Instituto funciona provisoriamente. Uma empresa especializada foi contratada para realização dos estudos. Serão apresentados em breve ao Iphan, segundo informou a diretora administrativa do campus, Julieta Landim. O Centro de formação tecnológica deveria estar concluído até o fim de julho próximo.

Matéria especial do Jornalista Alex Pimentel publicada no Caderno Regional do Diário do Nordeste, de hoje.

Um comentário:

OsAndrade disse...

Estive lá para conferir a palestra e rememorar meus anos no curso de geologia da UFC que não conclui por crise existencial. Talvez estivesse eu a realizar esta palestra, vejam leitores como são escritas as linhas da vida. A palestra foi muito interessante,a geologia nos levar a pensar em outra dimensão - a escala geológica, apesar que, a área de interesse do palestrante - a mineração, o candidatasse ao referendo quanto a instalação polêmica do campus da UFC no entorno da UC dos monólitos do Cedro(o fim justifica os meios). A certa altura da apresentação, quando ele discorria sobre sua visão de mundo de geológo e quanto a tudo que nos rodeia vir da atividade mineradora, indaguei se os monólitos de quixadá estivessem recheados de ouro, se se justificaria sua mineração e desmonte? Provocação é claro, mas ele garantiu que não, ainda bem....