A Região Metropolitana de Fortaleza do lado Oeste, historicamente registra há vários séculos a existência indígena, começando possivelmente pela Tribo Anace que habita no Litoral Oeste cearense, de Caucaia a São Gonçalo do Amarante. Buscar esta memória é tentar entender o racismo ambiental predominante no poder público e se os índios do lado Oeste ainda amedrontam os “homens brancos” da Aldeota que desprezam uma parte das Cidades de Fortaleza e Caucaia.
É interessante registrar que no lado Oeste fica localizada uma das paisagens mais bela da natureza, que são os mangues do Rio Ceará e do Rio Maranguapinho, além do encontro com o mar na Barra do Ceará entre dunas, praias belíssimas, riachos e lagoas. É também no Oeste de Fortaleza, estendendo a Caucaia que concentra em espaços urbanos, grande massa de trabalhares e trabalhadoras oriundas da migração rural, por ausência de políticas públicas de convivência com o semiárido e da acumulação capitalista das riquezas produzidas, das extraídas da natureza, das novas tecnologias e do mercado financeiro.
Entre estes migrantes do Oeste, se misturam as raças brancas, pardas e etnias indígena, negra e quilombola. São povos “sobrantes” no mercado capitalista. Na sua grande maioria com pouca instrução educacional e capacitação profissional, razão pela qual sofrerem descriminação racial, ambiental e padecerem de cuidados e comprometimento dos governos com as políticas públicas que lhes dê qualidade de vida. E por falar em qualidade de vida, essa população urbana do Oeste, não encontra nem mesmo espaços para cuidar da saúde por meio de caminhadas, esporte e lazer.
Tanto em Fortaleza, quanto em Caucaia as caminhadas são feitas nas calçadas das avenidas entre a fumaça de gás carbono dos carros e o risco de acidentes. Mas não basta apenas lamentar, constatar, é necessário lutar, mesmo sabendo que a humanidade é assim, uns acomodam-se esperando o manjar cair do céu, ou simplesmente acreditam que os poderosos irão resolver tudo e outros reagem como fez o povo de Deus, através de Abraão, inspirado em Javé e foram à luta em busca de espaço para viver com dignidade.
Assim também faz o povo do Oeste de Fortaleza que junto à Câmara Municipal de Fortaleza realizará uma Audiência Pública dia 7 de maio de 2009, no Colégio Santa Isabel às 14:00 horas, para cobrar a construção do Parque Rachel de Queiros e em Caucaia haverá a I Conferência Municipal da Igualdade Racial que acontecerá dia 5 de maio de 2009, no Salão Paroquial. E assim o oeste metropolitano se manifesta por qualidade e plagiando dizemos: A luta continua, porque povo unido, jamais será vencido, por isso humanidade uni-vos.
Postado por Leonardo Sampaio/ Educador
sábado, 2 de maio de 2009
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