quinta-feira, 28 de maio de 2009

Obstáculos ao Turismo de Natureza

"Turismo não é algo tangível, mas que se faz junto com o cliente. É preciso levá-lo até a área protegida. O Parque Nacional da Serra da Capivara (PI), por exemplo, é muito bem estruturado e lindo, mas poucos brasileiros foram lá. O acesso é muito difícil, deve-se pegar um vôo até Petrolina (PE) e, depois, andar cinco horas de carro em péssimas estradas no meio da Caatinga”, diz. A dificuldade para chegar às unidades de conservação assusta os viajantes, tanto brasileiros quanto estrangeiros, mas não é a única culpada.

Pedro da Cunha e Menezes, colunista d’O Eco e ex-diretor do Parque Nacional da Tijuca, acredita que a falta de um modelo de criação de grandes trilhas, bem sinalizadas e mantidas, e opções de lazer gratuito aliado aos desportos também é um grande vilão dos passeios em áreas naturais no país. Mourão e Menezes concordam, porém, que estradas bem construídas e trilhas amplas não garantem o sucesso do turismo em parques nacionais. Antes disso, o pilar de sustentação dos visitantes precisa estar de pé: profissionais bem treinados para a administração e guias capazes de dominar os preceitos ecológicos dentro de cada unidade de conservação.

“Temos uma grande carência de guias naturalistas, aqueles que sabem observar a natureza. Eles precisam, por exemplo, saber como surgiu o cânion da Chapada Diamantina, entender sobre geografia da paisagem”, afirma Mourão.

A Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta) tem opinião semelhante. Para Raquel Müller, coordenadora de Qualificação da entidade, é necessário que um plano de gestão da segurança seja elaborado em todas as unidades de conservação. “Ele deve envolver perigos e risco, e todos os gestores precisam ser bem treinados para acompanhar o trabalho de forma mais efetiva possível”, explica. Uma das alternativas para alcançar este objetivo é estabelecer contratos com empresas terceirizadas.

Da mesma reportagem. Vale a pena conferir.

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