sexta-feira, 20 de junho de 2008

Sobre a proposição do cercamento ao Parque do Cocó, em Fortaleza


Caro Jornalista Fabio Campos Uma das maiores alucinações urbanísticas, dos últimos tempos, sem sombra de dúvida será esta proposta de supercerca de aço, com três metros de altura, em volta do Parque do Cocó, como se isto fosse resolver todos problemas de proteção e preservação do ecossistema ambiental e de segurança do usuário.


Enquanto isto, com cerca e tudo, parte do esgotamento sanitário da vizinhança tem como local de destinação o rio, o lixo o entulho também tem ali seu local de depósito, as carvoarias que transformam em lenha o mangue permanecem, assim como as ocupações indevidas e irregulares se consolidarão, tanto da parte da especulação imobiliária como das invasões consentidas e "autorizadas".


E os usuários, que serão bem poucos, se constrangirão a não usar o parque, em suas partes, pois estar dentro de uma cerca é aparentemente ser mais vulnerável a ataques, pois não existem áreas de escape.


E do jeito que as proposições são colocadas, como se as mesmas fossem o suprasumo da concepção urbanística contemprânea, não seria de admirar que logo mais surgisse uma de cerca para a nossa orla marítima de 34 quilometros, com acesso restrito, unicamente, a quem se dispuser a comprar o cartão de "Associado da Beira Mar de Fortaleza", que seria uma concessão concedida à semelhança de uma PPP/ Parceria Público Privada.

Será que esta proposição poderia ser proposta ao Aterro do Flamendo, no Rio de Janeiro, à Floresta da Tijuca também no Rio de Janeiro. E em Brasília como a mesma seria aplicada: todas as superquadras seriam completamente vedadas e com suas entradas controladas.

Cordialmente José Sales

Carta ao Jornalista Fábio Campos, endereçada pelo coordenador de nosso blogspot: Professor/ Arquiteto José Sales, em 19/06/2008. Para informação o Parque do Cocó tem 1.312 hectares e pela revisão de seus limites terá mais 266 hectares aproximadamente.

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