quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Os desafios do urbanismo contemporaneo ¹


O crescimento das cidades, em todo o Brasil, nos últimos 30 anos, nos colocou em um patamar assombroso em relação ao restante do mundo: 82% da população brasileira habita hoje nas cidades e mais da metade desta população nas grandes cidades. Um caso notável é que 10% da população nacional está localizada em uma única situação que é a Grande São Paulo.

Isto indica que as demandas por qualificação e equipamentação destas cidades vem crescendo em uma proporção geométrica e que, em contrapartida, não estão organizados a contento os roteiros de atendimento à estas demandas. Isto posto, faltam planos, projetos, desenhos para todas estas situações e arquitetos/ urbanistas e equipes interdisciplinares e multidisciplinares para trabalhar na resolutividade das mesmas.

Os exemplos são nacionais:

Em todas as cidades de médio, grande e mega porte existem populações a margem das benfeitorias que as cidades usualmente podem oferecer. Os bairros nomeados como populares ou para alguns demonimados como favelas se consolidam em espaços de tempo recorde. E as soluções urbanísticas à estas situações ainda são pontuais.

Todas as áreas centrais de maior parte das cidades brasileiras estão em processo de esvaziamento e deterioração, acelerada em alguns casos. Mudou a tipologia do comércio, com os shopping center, parte destas áreas deixou de ter qualidade habitacional e o afluxo de habitantes a estas situações foi prejudicado, por conta de alterações de rotinas do sistema de transporte.


Todas as situações ambientais remanescentes posicionadas em todas as cidades brasileiras, sem exceção são vitimadas pro pressões de desenvolvimento imóbiliário e contrapartida os planos diretores que deveriam apontar diretrizes passam por crise de identidade.

Tudo isto é um mega desafio para os urbanistas brasileiros. Além de desenhar os criticados, mas necessários e obrigatórios, banquinhos de nossas milhares de pracinhas, em todo o Brasil. São aproximadamente 5.500 municípios e provavelmente umas 25.000 pracinhas centrais que aguardam traços ordenadores e estruturadores.

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