segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Mel do CE é produto tipo exportação


O mel do Ceará conquistou o mundo em 2009. Além de triplicar o valor de 2008, e crescer quase 175% de janeiro a agosto, o Estado assumiu a liderança das exportações brasileiras do produto nos meses de julho e agosto. No acumulado do ano, São Paulo ainda lidera as vendas externas com US$ 12,7 milhões. O Ceará vem a seguir com US$ 9,5 milhões. Na nona posição na pauta de exportações com uma participação de 1,4% - no ano passado era de apenas 0,4% -, o mel cearense é vendido para os Estados Unidos, países da Europa e da Ásia.

Apenas oito empresas exportaram mel para a União Europeia em julho de 2009, sendo três de São Paulo, duas de Santa Catarina; duas do Ceará e uma do Rio Grande do Sul. Mas somente três empresas, duas de Santa Catarina e uma do Ceará responderam por 85% do valor total exportado. Também em julho, dos 30 entrepostos exportadores, apenas duas empresas responderam por 27% da receita total de exportação, sendo uma de Santa Catarina e uma do Ceará. Oito empresas responderam por 68% da exportação sendo: duas de São Paulo; duas do Ceará; uma de Santa Catarina; uma do Rio Grande do Sul; uma do Rio Grande do Norte e uma do Paraná.

Ainda segundo informações da Apicultura Integrada e Sustentável (Projeto Apis), São Paulo é o estado com maior número de entrepostos exportadores, dez empresas, seguido do Ceará com cinco entrepostos, do Piauí com quatro e do Paraná com três empresas. A história de sucesso das exportações do mel do Ceará teve início em 2001, quando se contabilizam as primeiras exportações. No começo o Estado aproveitou a abertura irrestrita do mercado externo ao mel brasileiro, com a saída da China e da Argentina por causa de problemas de contaminação. Em 2003, registrou o primeiro grande volume de vendas (US$ 5,6 milhões).

Hoje existem em torno de seis mil produtores de mel, distribuídos por 143 municípios. Segundo o vice-presidente da Federação Cearense de Apicultura, José Xavier Leal Neto, 90% da produção é familiar. Atualmente cinco empresas, que começaram como produtoras, exportam o que produzem e adquirem, em muitos casos de cooperativas de produtores. São elas: Nectar Floral, Mel Esperança, Cearapi, Apishel e Mel Altamira.

O grande diferencial do Ceará está na formação profissional dos apicultores e profissionais que atuam na área, na oferta de crédito dos bancos públicos e no apoio e incentivo de instituições como Universidade Federal do Ceará (UFC), Sebrae-CE, Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (Ematerce), Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec). Tem ainda iniciativas como a Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Mel, que busca soluções de problemas da cadeira produtiva. O Sebrae-CE, por exemplo, através do Apis, possibilita aumentar o foco na gestão da cadeia produtiva ao definir objetivos como estruturar, integrar, monitorar e apoiar a implantação de projetos e ações, orientado para a viabilidade do negócio.

Reportagem Artumira Dutra. Caderno de Negócios do Jornal O POVO.

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