quinta-feira, 5 de março de 2009

Novo decurião se reúne com penitentes, em Barbalha

“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo! Para sempre seja Deus louvado”. Com esta saudação cada um do grupo de penitentes de Barbalha entra na sala para rezar o terço em sufrágio da alma do decurião Joaquim Mulato, que morreu na segunda-feira de Carnaval, vítima de atropelamento. Foi o primeiro encontro da confraria depois que Severino Antônio da Silva, ajudante de decurião, assumiu o comando do grupo, que foi criado pelo padre Ibiapina em 1860.

Mesmo debaixo de chuva, os penitentes cumpriram o ritual de rezar um terço no dia do aniversário de Joaquim Mulato, que completaria, terça-feira, 89 anos de idade, 70 dos quais dedicados à ordem do penitente. O ritual foi realizado na sala da frente da casa onde morou Mulato, no Sítio Cabeceiras, a 5km de Barbalha.

A voz forte de Severino ecoa dentro da pequena sala enfeitada de santos, entre os quais as imagens do Padre Cícero e de Frei Damião, que ainda não foram canonizados. Os benditos medievais são respondidos pelo restante do grupo. Em seguida, é iniciado o terço intercalado por outros benditos.Ainda sobre o impacto emocional da morte de Joaquim Mulato, os penitentes assumem solenemente o compromisso de dar continuidade às penitências. Antônio de Amélia, conhecido por “Sitônio”, lamenta o desaparecimento de uma cartilha que era utilizada pelo decurião para orientar os rituais.

Sem a cartilha, o grupo fica na dependência de Severino que sabe todos os benditos decorados. “Quando Severino, que está com 84 anos de idade, morrer, eu não sei como vai ser”, adverte Sitônio.

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