Construções de barracos nas margens do Rio Cocó, a retirada da vegetação e de areia, poluição causada por esgotos e lixo. Embora com intensidade variada, a degradação ambiental é observada ao longo de sua bacia — da nascente, na Serra da Aratanha, em Pacatuba, até a foz, na Praia do Caça e Pesca, em Fortaleza. Essa triste visão deve mudar até 2012, quando as obras de limpeza e urbanização de um dos mais importantes mananciais cearenses serão concluídas.
Com recursos da ordem de R$ 275,7 milhões, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Estado e do Município, estão programadas cinco ações transformadoras do rio: a construção da barragem Palmeira, dragagem, urbanização, construção de dois conjuntos habitacionais para 2.816 famílias e o trabalho social e de conscientização ambiental. Ao todo, estão previstas 16Km de intervenções.
A primeira, a Barragem Palmeira, que terá a missão de evitar as enchentes e perenizar o rio, está com o edital concluído, segundo a coordenadora de Desenvolvimento Urbano da Secretaria das Cidades, Lana Aguiar, aguardando a emissão da licença ambiental por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), Secretaria dos Recursos Hídricos e Agência Nacional das Águas (ANA). “O documento está em andamento e será liberado logo”, informa ela. Depois disso, haverá o processo de licitação.
A previsão é de que até julho de 2010 o trabalho comece. O prazo para a finalização é de 18 meses.A barragem terá capacidade de acumulação de 6,280 milhões de metros cúbicos e vai inundar uma área de 423,03 hectares na cota da soleira do sangradouro igual a 15 metros, de acordo com o Projeto Básico, revisto em 2008. A bacia hidrográfica da Barragem Palmeiras é de 211,28 quilômetros quadrados, incluindo a bacia hidrográfica do Açude Gavião. A área de drenagem controlada somente pela Barragem Palmeiras é igual a 116,74 quilômetros quadrados, sendo, portanto, superior à do Açude Gavião. A obra trará a perenização do Rio Cocó, que contará com uma lâmina d’água permanente, diluindo o chorume originário do antigo Aterro Sanitário do Jangurussu.
No Sabiaguaba, moradores ribeirinhos do Cocó, principalmente os barraqueiros, esperam informações concretas do governo estadual e Prefeitura para saber o local para onde serão realocados .Matéria do Diário do Nordeste. Fotografia de Miguel Portela, em 03/08/2009.
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