Geotope Arajara, Parque do Riacho do Meio, formação Arajara, parte da Floresta Nacional do Araripe (Foto: Cid Barbosa). Crato. O Programa Geopark Araripe irá iniciar, no próximo domingo, o diagnóstico dos nove geotopes, distribuídos em seis cidades da região. O trabalho de levantamento da situação atual desses locais será feito por meio de uma equipe multidisciplinar, coordenada pelo Arquiteto José Sales, e composta de paleontólogos, geólogos, biólogos, geógrafos, sociólogo e historiador, além de técnicos e fotógrafos.
O programa está passando por um processo de fortalecimento nas áreas da pesquisa e divulgação, além da efetivação do Programa Geopark nas Escolas. Em princípio, dez estudantes do curso de Geografia da URCA/ Universidade Regional do Cariri, gestora oficial do programa, estão realizando capacitação e treinamento para levar estágios de 300 horas aos estudantes de escolas públicas municipais e estaduais de várias cidades como Jardim, Crato, Juazeiro do Norte, Missão Velha, Assaré, Nova Olinda, Santana do Cariri, além de Quixelô e Iguatu. A doutora em Paleontologia, Helena Hessel, passou a integrar o quadro do Geopark Araripe e vem realizando vários trabalhos de atualização no campo da pesquisa. Um dos dados que, segundo ela, precisa ser corrigido é em relação ao geotope Missão Velha, que foi classificado como do período Devoniano. “A classificação, na verdade, não está correta. São 35 milhões de anos a mais, o que corresponde ao período Ordoviciano”, esclarece.Ela anuncia a conquista de um curso de Especialização em Paleontologia e Geologia Histórica, oferecido por meio de convênio entre a URCA e UFC/ Universidade Federal do Ceará, aprovado pela Fundação Cearense de Apoio Científico e Tecnológico (Funcap) no mês passado. As inscrições serão iniciadas em julho. As mensalidades serão R$ 50,00. O Gerente Geopark Araripe, Idalécio de Freitas, diz que esse é um momento favorável para o desenvolvimento de ações que vinham sendo planejadas por meio do Geopark Araripe, até porque várias questões financeiras foram resolvidas, a exemplo do contrato da nova sede, que teve de ser publicado no Diário Oficial. Também foi definida uma verba de manutenção das instalações, no Crato, no valor de R$ 2 mil, o que vem facilitar o andamento de trabalhos na própria sede.
Reportagem de Elizangela Santos.
sexta-feira, 5 de junho de 2009
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SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ: UM GENOCÍDIO ESQUECIDO PELO PODER PÚBLICO!
No CEARÁ, para quem não sabe, houve também um crime idêntico ao do “Araguaia”, contudo em piores proporções, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará no ano de 1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato JOSÉ LOURENÇO, seguidor do padre Cícero Romão Batista.
A ação criminosa deu-se inicialmente através de bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como feras enlouquecidas, como se ao mesmo tempo, fossem juízes e algozes.
Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará foi de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO / CRIME CONTRA A HUMANIDADE é considerado IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira bem como pelos Acordos e Convenções internacionais, e por isso a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - Ceará, ajuizou no ano de 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que sejam obrigados a informar a localização exata da COVA COLETIVA onde esconderam os corpos dos camponeses católicos assassinados na ação militar de 1937.
Vale lembrar que a Universidade Regional do Cariri – URCA, se tivesse interesse, utilizaria sua tecnologia avançada e pessoal qualificado, para, através da Pró-Reitoria de Pós Graduação e Pesquisa – PRPGP, do Grupo de Pesquisa Chapada do Araripe – GPCA e do Laboratório de Pesquisa Paleontológica – LPPU encontrar a cova coletiva, uma vez que pelas informações populares, ela estaria situada em algum lugar da MATA DOS CAVALOS, em cima da Serra do Araripe.
Frisa-se também que a Universidade Federal do Ceará – UFC, no início de 2009 enviou pessoal para auxiliar nas buscas dos restos dos corpos dos guerrilheiros mortos no ARAGUAIA, esquecendo-se de procurar na CHAPADA DO ARRARIPE, interior do Ceará, uma COVA COM 1000 camponeses.
Este descaso para com as vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO seria pelo fato delas não terem o mesmo valor que os achados arqueológicos do Cariri, ou discriminação por serem “meros nordestinos católicos”?
Diante disto aproveitamos a oportunidade para pedir o apoio de todos os cidadãos de bem nessa luta, no sentido de divulgar o CRIME PERMANENTE praticado contra os habitantes do SÍTIO CALDEIRÃO, bem como, o direito das vítimas serem encontradas e enterradas com dignidade, para que não fiquem para sempre esquecidas em alguma cova coletiva na CHAPADA DO ARARIPE.
Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – (85) 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
www.sosdireitoshumanos.org.br
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